terça-feira, 5 de maio de 2009

do máximo passado, da mínima dor

desci na estação e caminhei pela plataforma repleta de sombras. alguns metros, dois ou três relógios que marcavam contagens de minutos distintas.voltavam no tempo. 10h14 ... 10h11

ignorando qualquer defeito tecnológico eu esperava que as sombra e o tempo regredissem para que eu pudesse domar o engano em apreciar coisas que não entendia bem, e sentir o mundo sempre como essa estrada sem acostamento em que as paradas não são permitidas e a ordem é seguir, sempre seguir

e os rostos pálidos, peles de porcelana. cheios de erros, ainda que meus próprios já assombrassem suficientemente o dia. queimadas as cartas que registravam a falta de aprendizagem com o passado. repetição da rotina que tentavam eclipsar um falso alívio. eu só queria te mostrar que todas aquelas lágrimas eram a verdade que eu poderia te dar. que não conseguia carregar nossa razão, além da fé inabalável de que era sempre possível erguer tudo em nossos quartos escuros. do medo dessa sentença simples de que viver também é coagir para a dor alheia

2 comentários:

Luiza disse...

É sempre possível erguer tudo em nossos quartos escuros.

Luciano Costa disse...

eu gostei, você que tá muito crítico.