eu te conheci no meio da coragem, garota. e hoje, tua coragem é tão maior que a espera, é tão maior que todo esse tempo de agonia, que nem cabe mais nessa cidade cinza, nesse almoço rápido, e nessa respiração forçada. não cabe mais nesses elevadores cheios de botões, nessas caixas de remédio pequenas, debaixo desses guarda-chuvas e dessa ácida certezas de que, por hoje, é o bastante. e ainda que eu não consiga enxergar a partida tão próxima, (perdoai querida, os olhos marejados não lêem passagens de rodoviária com tanta facilidade) agradeço pela outra vida, pelo outro sonho, pelo novo rumo. agradeço pelas marchinhas de carnaval e pelo cigarro, sempre emprestado. abraço e desejo sorte de que encontre um ‘que’, um justo silêncio, porque silêncio não é igual em todo lugar. lá é mais silêncio, é mais azul. pendure as contas e as roupas no varal. aqui não podemos ter um varal (nem a preocupação de correr para tirar as roupas de lá quando chove). logo o outono chega, as folhas trazem a guimba do teu baseado. logo a vida vem dizer que foi difícil, ainda é, mas valeu. saudade é coisa nossa, de gente que segue chorando, consolando e também sorrindo. leva esse teu réveillon, agora é que a vida é nova e começa com uma brisa mais suave, com a linha do mar, com a rima do amor. prazer em conhecê-la.
4 comentários:
Bom pra porra. Bonito pra caralho.
sempre bom.
Amo sempre, de onde e pra onde for!
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