Para ser sincero o sem-número de estações de rádio perdeu a graça nos últimos dias de poluição e excesso de raios de sol. Nem as novas do esporte, tampouco as eloqüentes experiências musicais de uma revigorada MPB tem desprendido qualquer reação, ou gerado qualquer debate interno um pouco mais atento.
Nenhum problema com o meio de comunicação que substancialmente mais me interessou desde sempre. Verdade seja dita, justiça seja feita, troquei as freqüências moduladas por uma programação menos variada. Um ensaio de tu, nós e com maior freqüência nas últimas viagens da ausência deles.
Deixei que as pilhas esgotassem e acumulassem, esquecidas em bolsos e compartimentos escuros. Canto teu samba, nosso refrão, notícias nossas, bossas novas. Ouço o resumo dos episódios da semana de nosso seriado romântico, ainda que eu nunca tenha visto capítulo qualquer. Auto-entrevista no jornal das 7h. ‘E então cara? Quando assumiu essa necessidade física, orgânica? Quando fez de seus pensamentos, reféns de outra pele?’. E a fala fica muda e nem bloco nem caneta encontram resposta para essa novidade de mil cores. Ainda que o máximo das tuas juras seja a simplicidade de um sorriso diário.
Uma porção de caminhos e opções quando só queria era ser levado. Como pedaço de madeira velha, atirado no rio, arrastado pela correnteza das águas mais turvas, dos acontecimentos mais lineares.
Meu rádio sem pilha nem botões começa a falhar, enfrenta a interferência dos milhões de pensamentos de uma avenida excessivamente movimentada. Entra no metrô, o calor, cansaço, até que teu sinal vai se perdendo em meio aos vagões e só resta um chiado baixo, triste. Como aquele jazz tocado na última madrugada.
O Cuseiro do Rei
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Há 7 anos
2 comentários:
meu deus. gostei daqui. (júlia faot)
Bom, menino, bom mesmo.
Linkei você lá, tudo bem?
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