se existe algo que é consenso geral, é de que dezembro, o mês do alívio, é também o mais quente. que passa rápido e mal dá para sentir a brisa. sorte nossa, fugir da selva de concreto. nos refugiamos na areia branca, com mais ser e menos fazer...
sorte que posso aprender o ritmo dos teus passos sob um céu de domingo de parque. esconder minha rotina de almoços sem intervalo e te ver faminta do nosso abraço. daquilo que dizem saudade, nada mais que a ausência daquele sorriso que sai sem que se perceba, eu te fiz presente. quero poder ouvir teus discos em volume impar, partilhar suas superstições para não arriscar a leveza que se projetou sobre nós.
deixo o vinho pela metade, para que possa bater novamente na tua porta, com uma desculpa qualquer para repetir aquela noite em que, debruçada no meu peito, teu sorriso brilhava no escuro como jóia que eu, menino de rua, havia roubado sabe-se lá de onde. deixa teu cabelo voar com o vento. deixa que nossos planos de viagem se tornem reais.. tão reais quanto nosso amor naquele quarto escuro em que o mundo ficou trancado para fora e você adormeceu ao meu lado.
7 comentários:
sensacional...
não seriam as palavras a arma de um sedutor?
Beejo
Dezembros deveriam correr menos.
bravo! bello!
e é assim que as palavras permitem que se encontre, se pense muito mais no ser, do que no "estar".
deixo o vinho pela metade, para que possa bater novamente na tua porta, com uma desculpa qualquer para repetir aquela noite em que, debruçada no meu peito, teu sorriso brilhava no escuro como jóia que eu, menino de rua, havia roubado sabe-se lá de onde.
Bonito.
ah, a saudade.
sempre ela.
belo texto.
tudo pela metade... tudo tão pleno e sempre ao meio...
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